Jogos Vorazes
Suzanne Collins
Editora: Rocco
Páginas: 397
ISBN: 9788579800245
Eu juro que não é do meu costume não ler os livros "em alta". Sim, eu sou facilmente influenciável (hahahha). Eu sempre estou lendo os livros que todo mundo está lendo e não acho isso errado ou acho que seja agir como um "alienado" ou um "sem personalidade", como muitas pessoas dizem.
Porém, eu tinha um certo preconceito com Jogos Vorazes. Nunca soube muito bem como e nem porque, eu não me sentia atraído pela leitura do livro. Não me interessava pela história e nem pela temática. Até que, por acaso, meu irmão ganhou o livro de aniversário de uma amiga e eu o peguei pra ler.
Devo dizer que minhas ideias sobre não gostar do livro foram COMPLETAMENTE equivocadas.
Eu não sou baba-ovo de autor e nem de tendência, mas Jogos Vorazes é DEMAIS. Não tem como descrever o livro sem utilizar caps lock. E não digo isso porque o livro é "maravilhoso e encantador" e nem "arrebatador" e coisas bonitas e frufrus, dignas de uma contracapa de Nicholas Sparks. O livro é muito bom, mas de uma forma completamente assustadora.
Não tem como falar de Jogos Vorazes sem dizer o quanto ele assusta por seu realismo e o quanto ele nos deixa angustiado pelo controle que a Capital exerce em seus cidadãos. Comecei a leitura espantado pela pobreza do Distrito 12 e a continuei com um ódio profundo da Capital, assim como Katniss Everdeen, a protagonista do livro. E o que mais assusta é que podemos constatar claras formas de controle em nossa própria sociedade.
E você pode até achar besteira querermos comparar um romance distópico norte-americano com a realidade, mas Jogos Vorazes nos mostra o que o controle absoluto faz com as pessoas. A Capital funciona a partir do medo da população, matando, trucidando, torturando lentamente seus cidadãos. Os próprios Jogos em si já são uma demonstração impressionante do quanto o controle pode ser exercido e o quão terrível ele é.
Jogos Vorazes pode ser apenas mais um livro de distopia pra quem passe por ele despercebidamente, mas com certeza pode mudar a visão de quem o lê. Perceber que muitas coisas nos controlam ultimamente sem nem darmos conta disso é assustador.
A história se baseia em Katniss Everdeen, uma garota que mora no Distrito 12, o Distrito minerador, e, depois da morte precoce de seu pai e da depressão profunda em que sua mãe entra, percebe que é quem vai ter que sustentar sua família. Katniss acaba quebrando as regras da Capital (o Governo absoluto que está instalado nos 12 Distritos [uma versão futura dos Estados Unidos]) ao ter que caçar fora dos domínios do Distrito. Porém, no Dia da Colheita (o dia em que um garoto e uma garota de cada Distrito serão sorteados para os Jogos Vorazes [que são um meio de controlar a população e pagar uma pena de "traição" por terem gerado uma revolta há anos]) a irmã de Katniss, Primrose, é sorteada para os Jogos. Katniss, em sua ânsia de proteção, se voluntaria para os Jogos no lugar da irmã, tendo como parceiro Peeta Mellark. Agora é matar ou morrer.
O livro é fantástico, sombrio e mexe com o profundo das pessoas, nos levando à emoções e sentimentos puros e reais, em que sofremos e agimos de acordo com as personagens do livro. Acabamos julgando e vendo o mundo da forma como eles vêem muitas vezes. Eu, particularmente, me senti profundamente remexido e totalmente emocionado com o livro. Me senti dentro daqueles Jogos terríveis e cruéis, mas ao mesmo tempo me senti abalado com o que estava sendo denunciado de forma tão aberta nas páginas acetinadas. Ao mesmo tempo em que o livro é perfeito, te dá uma tristeza complicada e meio incontornável, ao meu ver.
Super recomendado! Já estou lendo Em Chamas, segundo livro da trilogia, e pretendo comprar o meu A Esperança assim que me recuperar da facada do segundo livro (hahahahahaha).
E de novo, acho que minha resenha não chegou nem perto do quanto o livro é bom e o quanto eu queria que a resenha ficasse boa... Mas tudo bem! Me expressar vai ser mais fácil (acho) daqui pra frente.
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Renato =)
